Sinta, senhora, na noite quente,
em abafado quarto, a brisa
refrescante
pela janela aberta ao poente;
esqueça,
senhora, da tarefa: sirva-se de
chá
e aguarde o tempo necessário
ao aroma se afastar em
reingresso.
Veja, senhora, com suas órbitas
desfocadas, o que resta da imagem
sobre a cama. Na quietude do dia
alvorecido, diga do consolo
dos que partem. Saiba, senhora,
em mãos despetaladas, do abandono
do corpo agora desabitado.
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