De verdade, de
verdade, não existe.
Ele é só o lado
avesso do sentido.
Mas, como hei de
convencer a criança
De que ele não
passa de uma sombra do arcaico?
Hoje, por
desígnios de milênios,
Há um silêncio que
expande a própria noite,
Feito elástico que
só decorou plano de ida,
Momentos de vidas,
eu sei, eles jamais voltam.
Imagino reter o
mundo no ponteiro dos segundos,
Mas o rio é
insistente no seu curso.
Águas se renovam,
não os nossos rostos.
Nada há de
garantia no cândido acalanto
De que o tempo é
uma ilusão dos sentidos
Que só age nestes
confins da nebulosa.
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