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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
Gustave Flaubert (Franklin Jorge)
Desde a
adolescência, Flaubert sentia desejos insaciáveis e um tédio atroz.
Ele
confessa, em uma de suas cartas, hoje consideradas documentos importantes não
somente pelo que revelam de sua alma, mas como exercício de estilo que proclama
a consagração a um ofício regular e fatigante, ou seja, ao ato mesmo de
escrever que foi a razão da sua existência e que fez dele – o autor de Bouvard e Pécuchet –, segundo alguns críticos e estudiosos, um dos mártires da
literatura.
sábado, 28 de setembro de 2013
O olhar panorâmico de Nilto Maciel (Marcos Lima)
Chegou à minha residência, há uns dois meses, o novo livro de crítica literária
de Nilto Maciel e estava devendo uma justa resenha para a obra. Interessa-me
sempre a forma de escrita de Nilto, que, além de arguta e precisa, mantém uma
característica tão importante e esquecida nos dias atuais: a visão do todo.
Nilto é o crítico que, por meio das minúcias, nos ensina a enxergar e
perscrutar toda a cena literária e não apenas uma pequena parte dela.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Nilto Maciel e o Ceará literário (Francisco Miguel de Moura*)
O
cearense Nilto Maciel, embora goste de umas e outras cervejas, não vive
no mundo da lua. Filiado à maneira de escrever e ficcionar chamada de realismo
fantástico, tal como Jorge Luís Borges, G. G. Márquez e, no Brasil, Murilo Rubião,
é um humanista e psicólogo nato, além de outras qualidades. Já não se pode
dizer isto do piauiense Rubervam du Nascimento, que quis acabar literariamente
consigo mesmo, depois de sua estréia: “Vou diminuir meu livro até acabar,
ficar apenas um poema”. Pensou, falou, depois se arrependeu e um dia
aparece em Brasília, fala com o Maciel: “olhe, Nilto,vim fazer o lançamento
de meu novo livro aqui”. Voltou desalentado. Pensava que Brasília era a
Paris de George Sand e toda aquela patota.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Sinos-dos-ventos – 2 (Silmar Bohrer)
É um mel a sonoridade
dos teus sons, sino-dos-ventos,
doçura que persuade
até os meus versos-inventos.
Gostosura eu acordar
eivado de encantamentos,
a ouvir o sino-dos-ventos,
sentindo o ser a vibrar.
Rejubilai-vos, sinos,
dobrai jubilosos hinos,
plenos de puras canções,
Oh sinos-dos-meus-ventinhos,
serenos, balançandinhos,
balançai, inspirações.
/////
terça-feira, 24 de setembro de 2013
A primeira aparição de Cleto Milano (Nilto Maciel)
(Desenho de Eduardo Schloesser: Dom Camurro)
Conheci
mais um doido. O nome dele é Cleto Milano. Chegou à minha vida pela mão das
novas tecnologias. Nunca me vira nem ouvira ou lera meu nome, em qualquer
lugar. Por acaso, aproximou-se do meu blog. E me mandou breve mensagem: “Sou
escrevinhante de resenhas e gostaria de ganhar um de seus romances ou conjuntos
de conto. Moro no Benfica, desde 1973”. Tomei susto medonho. Teriam as meninas
me abandonado ou cedido lugar a velhotes? Sim, tenho me correspondido sempre
com jovens, quase todos do sexo feminino. Deixei de lado o preconceito (também
sou velho e não devo temer a aproximação de meus semelhantes). Não perdi tempo:
“Expedirei, pelo correio, exemplar de Luz
vermelha que se azula. Não precisa compor resenha. Basta meter a vista nos
contos”.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Impressões de um amador sobre a ópera Olga (João Carlos Taveira)
O
3.º Festival de Ópera de Brasília apresentou, nos dias 3, 5 e 7 de julho de 2013, a ópera Olga, com
texto do poeta Gerson Valle e música do maestro Jorge Antunes. O evento, que
teve lugar no Teatro Nacional Cláudio Santoro, foi uma oportunidade única para
os amantes do gênero e para o público em geral conhecer um trabalho de tamanha
envergadura.
domingo, 22 de setembro de 2013
Féa da puta (Carlos Trigueiro)
Olá, Maciel,
Li o seu belo livrinho (no sentido físico), pois é
um grande livro em termos de depoimentos, efemérides, registros de pessoas,
fatos e tudo o mais que cerca o fazer literário e o desfazer da alma. Todas as
vezes em que “O Saco” é citado ainda me lembro das cervejas que tomamos, pelos
fins do ano 1976, mais o pessoal do jornalzinho, num bar pelos lados da praia
Formosa, talvez do Meirelles, talvez da Iracema, ou próximo ao Clube Náutico,
ou, parafraseando o Saramago, Deus saberá. Tenho desse dia (noite)
algumas lembranças do Carlos Emílio, de você, e de outros nomes e vultos que se
perderam na bruma do tempo.
sábado, 21 de setembro de 2013
Germina de setembro
arte, poesia & literatura |
amosse mucavele | anna carolina vicentini zacharias | ana maria lopes |
alexandre marino | avelino de araújo | bruno brum | césar miranda | demetrios
galvão | eduardo sterzi | fernando marques | iKaRo maxX | isadora krieger |
jovino machado | henrique ribeiro da silva | kátia borges | luciano lopes |
marcos fava | mônica mello | morvan
ulhoa | nina rizzi | ramon ramos | rodrigo m leite | vera americano | wir
caetano | a genética da coisa: flávio otávio ferreira, heleno álvares e simone
de andrade neves | beatriz h. ramos amaral: raga em prosa para alberto
marsicano — entre portas e palavras | dirceu villa: a arte da fotografia em
duas fotógrafas brasileiras — juliana filardi & valéria garcia | erre
amaral: questões para le mot juste | josé aloise bahia: várias vozes para sonho
branco: trilogia, de eliane velozo & contratempos liberdade — o bem-te-vi
abstrato-geométrico — a história se repete | márcio almeida: quem sabe faz a
hora | moacir amâncio: lêdo ivo | mauro rosso: sobre livro, leitura, bienal,
festas, feiras e eventos literários — novos modelos e formatos, modos e meios |
nilto maciel: a testa franzida de seu basílio | rosângela vieira rocha:
história de uma mãe | palavras cruzadas: toninho vaz, por priscila merizzio.
/////
Cartas (Emanuel Medeiros Vieira)
(Para todos aqueles que ainda escrevem cartas)
Quem escreve cartas hoje? Não,
não falo de meras mensagens eletrônicas. Estou falando de cartas escritas com
paixão. Cartas carregadas de afeição. Refiro-me àquelas que são postadas nos
correios. Quando enfrentamos filas, compramos e colamos selos. Quem escreve e
recebe respostas destas cartas, sabe como é bom chegar às nossas casas nos
crepúsculo de cada dia e encontrar uma dessas missivas de amigo. Não, não falo
de convites, cartas institucionais, propagandas de cursinhos, de prospectos
impessoais oferecendo remédios para calvície, gorduras e todos os infortúnios
da alma e do espírito. Falo de cartas e amigos e de amadas. Carta, para mim, é
aquela que contém pele, carne, sentimentos. Nesta crônica queria defender, como
um Mário de Andrade reencarnado, a restauração do hábito de redigir cartas.
Mesmo que fragmentárias, trôpegas, curtas. Carta onde a gente leva algo de nós
próprios. Nos tempos da impessoalidade, da tecnologia, da obsessão do lucro,
onde o Deus mercado impera escrever cartas pode não ser algo napoleônico, mas
faz muito bem à alma. VIVA A EPISTOLOGRAFIA! Deixemos o pessimismo para tempos
melhores... Os indivíduos morrem, porém a sabedoria que conquistaram ao longo
de suas vidas não. A humanidade guarda toda a sua sabedoria, e cada um faz uso
da sabedoria daqueles que o precederam, como salientou Leon Tolstoi. Amigo:
escreva cartas! Termino com a iluminada Clarice Lispector, que também amava as
cartas: “Até chegar à rosa foi um século de coração batendo”.
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